26.5.08

Filosofia Antiga

"Em termos didáticos, podemos "dividir"a Filosofia Antiga em três partes:

- Filosofia Pré-Socrática
- Filosofia Helénica Clássica
- Filosofia Pós-Platónica

Filosofia Pré-Socrática - Esta era a designação genérica da filosofia primitiva helénica (séculos VII e VI a.C.). Os "físicos" da Jónia (Tales, Anaximandro, Anaxímenes, Heráclito) procuraram explicar o mundo pelo desenvolvimento cíclico de uma natureza comum a todas as coisas e em perpétuo movimento. Os "eleatas" (Parménides, Zenão de Eléia, Empédocles, Anáxagoras) afirmaram que o ser é a unidade e imobilidade e que a mutação não passa de aparência. Os "atomistas" (Leucipo, Demócrito) afirmaram que o universo é constituído de átomos reunidos ao acaso, e de uma maneira puramente mecânica. Os "sofistas" (Protágoras, Pródico, Górgias) denunciaram o caráter convencional de todas as instituições sociais, deduzindo daí o fato de que era possível manipulá-las e transformá-las segundo as necessidades humanas.

Filosofia Helénica Clássica - Cobrindo o período de 470 a 322 a.C., a filosofia helénica clássica teve em Sócrates, Platão e Aristóteles os seus principais expoentes. Sócrates, tido como um dos maiores sofistas, dedicou-se à procura metódica da verdade identificada com o bem moral, e que realize o acordo do indivíduo consigo mesmo e com os outros. Através da ironia, ele forçava seu interlocutor a reconhecer que ignorava o que pensava saber, através de processos dialéticos (maiêutica) levava-o a descobrir por si mesmo essas verdades. Platão (427-348 a.C.) procurou, através de sua teoria das idéias (unidades inteligíveis hierarquizadas sob a égide do Bem), explicar o conhecimento e a existência das coisas, com o recurso da participação do sensível no inteligível, e da reminiscência (a memóra que a alma tem de uma vida anterior da qual foi separada). Aristóteles (385-322 a.C.) fundamentou o conhecimento nos sentidos e sistematizou a lógica dedutiva clássica; no terreno da metafísica, formulou o conceito de Deus como "o motor primeiro do mundo".

Filosofia Pós-Platónica - Estendendo-se de 320 a.C. até o início da era cristã, as escolas posteriores a Platão contrapuseram o ascetismo dos cínicos e estóicos ao hedonismo dos cirenaicos e epicuristas. Os cínicos (Diógenes, Antístenes) desprezavam as convenções, honrarias e riquezas, e afirmavam que só a virtude, por libertar o homem do desejo de possuir bens materiais, podia purificá-lo. Os cirenaicos (Aristipo), ao contrário, propunham como regra de vida o hedonismo, ou busca do prazer imediato. Os estóicos (Zenão de Citium, Séneca, Marco Aurélio) pregavam que o homem devia permanecer indiferente às circunstâncias exteriores, dor, prazer e emoções e aceitar conscientemente a sua condição humana, regida pela lei única do universo. Opunham-se aos epicuristas (de Epicuro, 341-270 a.C.), que viam no prazer - obtido através do cultivo do espírito e da prática da virtude - o soberano bem. Os cépticos (Arcesilan, Carnéades, Sextus Empiricus) afirmavam que as limitações do espírito humano nada permitiam conhecer com certeza, e concluíam pela suspensão do julgamento e pela dúvida permanente. Os neoplatónicos (Fílon de Alexandria, Plotino) concebiam o Uno de Platão como o Ser perfeito, o Bem absoluto, com o qual toda a natureza aspira a identificar-se. As teorias de Plotino (205-270) influenciaram os pensadores cristãos primitivos e Santo Agostinho (354-430), que professa a mesma crença no carácter quase divino do conhecimento intelectual e no seu poder de libertação da alma."
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25.5.08

Filosofia Medieval


Há quem defina a Filosofia Medieval como:

“uma tentativa prolongada para incluir harmoniosamente Platão, Aristóteles e o Cristianismo numa mesma perspectiva”. MAGEE, Bryan – História da Filosofia

"Se entendermos a filosofia medieval neste sentido evidentemente lato, a sua interpretação poderá ser-nos útil dado não estamos delimitados às limitações cronológicas que simbolizam as quedas do Império Romano quer no ocidente, quer no Oriente. O Cristianismo pode ser considerado o mote do poema que constitui toda a idade média. Se nos restringirmos aos critérios que balizam a idade média entre os anos 476 e os anos 1453, corremos o risco de considerar Santo Agostinho um pensador exclusivamente clássico. Ora, como sabemos o cristianismo foi também a pedra angular do pensamento deste autor. Por isso, consideramos como essenciais para a caracterização da idade média, o cristianismo e, como veremos, o Aristotelismo e o Platonismo que esquecidos por longos séculos vêm trazer uma nova aragem ao pensamento que se desenvolvia por volta do século XII.

Devido à subsequente ascensão da ciência, a filosofia medieval tem sido injustamente negligenciada nos séculos mais recentes, com a excepção dos eruditos católicos romanos. Como veremos ela merece uma atenção cuidadosa. "
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"Comummente a filosofia medieval parece dividir-se em dois grandes períodos: a patrística e a escolástica.

A Patrística é a designação atribuída à filosofia elaborada pelo Padres da Igreja, ou seja, os pais fundadores de grande parte da teoria cristã. Os Padres da Igreja, foram autores cristãos dos primeiros séculos da nossa era, considerados de grande importância, em matéria de fé, para o cristianismo. A princípio, os Padres da Igreja, usaram conceitos retirados do estoicismo e do platonismo anterior a Plotino.
Entre os Padres da Igreja destaca-se a figura de Santo Agostinho: foi considerado o doutor do Ocidente e é, sem dúvida, um dos pilares fundamentais da filosofia cristã. Gregório Magno e Boécio são outros nomes que também influenciaram a forma do pensamento ulterior. Para Gregório a fé responde às interrogações religiosas, enquanto a ciência trata das questões da natureza. Anício Mânlio Severino Boécio, autor da Consolação da Filosofia, é considerado como o último pensador romano e o primeiro escolástico. A sua pessoa representa a passagem da Antiguidade à Idade Média.

A Escolástica era essencialmente uma palavra para usava para designar os professores que ensinavam as sete artes liberais – gramática, dialéctica, retórica, aritmética, geometria, música e astronomia – nas escolas catedralícias ou monacais fundadas por Carlos Magno.
A filosofia escolástica iniciou-se no século IX com o renascimento carolíngio e prolongou-se até finais do século XV. A idade do ouro da escolástica teve lugar entre os anos 1200 e 1340. Este período de ouro caracterizou-se pela descoberta da totalidade da obra de Aristóteles, pelo nascimento das universidades e pelo nascimento das ordens mendicantes. As características deste sistema filosófico podem resumir-se em três pontos.
O primeiro corresponde à tentativa de união entre a ciência e a fé: as questões filosóficas encontravam resposta através da razão, e sobretudo da fé. A disputa entre estes dois domínios era o tema de discussão principal. O segundo refere-se à decisiva influência de Aristóteles, cuja linguagem técnica foi utilizada. O terceiro ponto relaciona-se com o método escolástico que consistia na leitura pública de um livro, e na realização de uma discussão sobre essa leitura.
O método escolástico era concluído com uma autoridade ou sentença, que se baseava na Sagrada Escritura, na patrística ou nos concílios. Não podemos dizer, no entanto, que haja uma doutrina que defina a escolástica. A dialéctica era o meio mais poderoso para o método da discussão. A arte dialéctica consiste em raciocinar através de diálogos sobre um tema proposto, fazendo uso da lógica. Era utilizada enquanto técnica ou procedimento metódico. A lógica de Aristóteles foi fundamental para o seu desenvolvimento.
Durante esta época surgiu um confronto entre dialécticos e antidialécticos. Os dialécticos construíam os seus diálogos baseando-se unicamente na filosofia e partiam da razão como único fundamento da verdade. Os antidialécticos subordinavam tudo à teologia e só admitiam o uso da filosofia se estivesse submetida à teologia."

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In: Flupsophia.com
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23.5.08

Ainda o VII Encontro das Univ. Séniores

Reproduzimos, com a devida vénia, a partir do site da Universidade Sénior da Covilhã, testemunhos de dois colegas Academistas, sobre este encontro :
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Da colega Academista Celeste Raposo, da Academia Sénior da Covilhã :
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"No próximo Domingo, dia 11 de Maio, a Covilhã vai ser palco de um grande acontecimento nacional, o VII Encontro Nacional de Universidades Seniores.
Os alunos de cabelos prateados, virão de todos os pontos do país, desde o Minho ao Algarve. Só não serão mais, porque os 1.000 lugares do Teatro Cine da Covilhã, estão esgotados. E para servir um almoço sentado, com a dignidade que estes senhores e senhoras merecem, também não há restaurantes com maior capacidade na zona.
Deslocam-se de muito longe, porque no seu "dizer sim à vida", vêm procurar o outro. A sabedoria da vida ensinou-lhes a necessidade de saírem de si, para entrarem em contacto, para contactarem, para tocarem os outros, para jogarem um jogo colectivo. Estes encontros são ocasiões de comunhão, de emoções partilhadas. Mas são igualmente actos sociais de afirmação pública da vontade de interacção. São a expressão de um sentimento comum de pertença, de associação, de fazer parte, do respeito por si próprio e pelos outros, com vista a atingir uma maior compreensão mútua. Neles, fortalece-se o espírito de solidariedade, de tolerância, de igualdade e de cooperação; rompem-se as fronteiras de grupos fechados, na vontade do encontro com os outros, para estudar problemas comuns. Em resumo pratica-se a cidadania e a autonomia.
O universo social das UTIS constitui uma elite, que exactamente por isso, proporciona indicadores das transformações sociais em curso. É formado por pessoas cujo querer viver se manifesta no desejo de actualização, no interesse e no envolvimento que têm nas suas actividades. São pioneiros sociais. São os arautos dos novos idosos que não permitem ser excluídos, que desejam manter a sua autonomia como cidadãos responsáveis e sábios. "
Celeste Raposo

O Academista Eduardo Tendeiro, da Academia Sénior da Covilhã, sobre este encontro deu o seguinte testemunho:

"Longamente preparado com extremo cuidado e sem se furtar a canseiras, a Direcção da Academia Sénior da Covilhã (ASC) e mais alguns Academistas aceitaram o desafio que a RUTIS (Rede de Universidades da Terceira Idade) lhes tinha cometido: a realização do VII Encontro de Universidades e Academias Seniores do País.
Num domingo em que até o tempo ajudou – céu nublado, sem chuva e com temperatura amena – os Academistas da Covilhã chegaram cedo ao local de recepção dos convidados: a Praça do Município.
Dispostas as Madrinhas e alguns Padrinhos dos grupos que se esperavam, devidamente identificados com dísticos ostentados por Escuteiros, aguardaram e, sem delongas, os primeiros autocarros chegaram. Saudados efusivamente, foi dado aos recém-chegados o respectivo crachá identificativo, sendo depois saudados um grupo de Bombos da região.
Os Bombos animaram os participantes que, pouco a pouco e ordeiramente se dirigiram aos seus lugares no Teatro Cine da Covilhã gentilmente cedido pelo Senhor Presidente da Câmara Municipal que, desde cedo, acarinhou e apadrinhou o evento, pondo os recursos da CMC ao dispor da Organização.
Constituíram a Mesa de Honra o representante da RUTIS Dr. Luís Jacob, a Reitora da Academia Sénior da Covilhã, Drª Ascensão Simões, o Presidente da Câmara Municipal, sr. Carlos Pinto, o Magnífico Reitor da Universidade da Beira Interior, Professor Santos Silva e o Prof. Bernardino Gata, Delegado do INATEL na Covilhã.
Todas as intervenções, ainda que necessariamente breves, puseram a tónica na mais valia que representam os idosos, magnificamente afirmada pela Reitora da ASC.
Durante a sua intervenção, o senhor Presidente da Câmara reafirmou o seu empenhamento em prol da Academia da Covilhã manifestando disponibilidade e interesse para que a Academia venha a ser reconhecida como Instituição de Utilidade Pública. Anunciou ainda que, no aniversário da Cidade, a 20 de Outubro, a Academia Sénior da Covilhã será distinguida com a medalha de Mérito Municipal
O sr.Prof. Bernardino Gata fez entrega da escritura de parceria do INATEL com a Academia Sénior da Covilhã, equivalente aos dos Centros Culturais e desportivos filiados no naquela Instituição.
No final destas intervenções, o Coro da Academia Sénior abriu o período cultural com o seu Hino, executando em seguida algumas peças do seu já vasto repertório.
Encerou a sessão a Banda da Cidade da Covilhã, com intérpretes muito jovens, que encantou a assistência e foi aplaudida com os espectadores de pé.
Na Praça do Município, numa cerimónia plena de colorido, as Academias presentes desfilaram ostentando as suas insígnias e o sr. Dr. Jacob, Presidente da Direcção da Rede de Universidades da Terceira Idade (RUTIS), fez a passagem do Testemunho à Universidade de Portimão que, no próximo ano, terá a seu cargo a realização do VIII Encontro de UTIs."
J. Eduardo Tendeiro
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22.5.08

Se gosta de viajar...


Também vai gostar de ver milhares de fotos

de lugares mágicos por esse Mundo fora,

nesta Galeria . Sonhe.


(Obrigado, Lena!)
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Fernando Pessoa

A minha vida é um barco abandonado

A minha vida é um barco abandonado
Infiel, no ermo porto, ao seu destino.
Por que não ergue ferro e segue o atino
De navegar, casado com o seu fado ?

Ah! falta quem o lance ao mar, e alado
Torne seu vulto em velas; peregrino
Frescor de afastamento, no divino
Amplexo da manhã, puro e salgado.

Morto corpo da acção sem vontade
Que o viva, vulto estéril de viver,
Boiando à tona inútil da saudade.

Os limos esverdeiam tua quilha,
O vento embala-te sem te mover,
E é para além do mar a ansiada Ilha.
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19.5.08

António Gedeão

Poema da buganvília

Algum dia o poema será a buganvília
pendente deste muro da Calçada da Graça.
Produz uma semente que faz esquecer os jornais, o emprego e a família,
e além disso tudo atapeta o passeio alegrando quem passa.

Mas antes desse dia há-de secar a buganvília
e o varredor há-de levar as flores secas para o monturo.
Depois cairá o muro.
E como o tempo passa
mesmo contra a vontade,
também há-de acabar a Calçada da Graça
e o resto da cidade.

Então, quando nada restar, nem o pó de um sorriso
que é o mais leve de tudo que se pode supor,
será esse o momento de o poema ser flor,
mas já não é preciso.
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16.5.08

A menina dança ?

Vamos lá a mexer esses joanetes, com um ... BOOGIE e mais OUTRO !
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13.5.08

Encontro de Universidades Séniores - Covilhã

Veja as fotos (*) do animado e bem organizado Encontro de Universidades Séniores, que decorreu na cidade da Covilhã no dia 11 de Maio de 2008, durante o qual foi entregue o Troféu Itinerante do concurso "O Saber não ocupa Lugar", à equipa vencedora, da Academia dos Saberes de Loures.
(*) Fotos cedidas pelo colega Mário Figueiredo.
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5.5.08

Musical divertido

Victor Borge & Dean Martin - Musical Phonetic Punctuation
Victor Borge & Leonid Hambro - The Minute Waltz
Victor Borge - in London
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1.5.08

Chopin. (Vai gostar...)

Veja, ouça e sonhe ...

Horowitz - Polonaise nº 53
Elena Kuschnerova - Idem
Daniel Baremboim - Minute Waltz
Tzvi Erez - Idem
Yundi Li - "Fantasie" Impromptu, Op. 66
Valentina Igoshina - Idem
Yundi Li - Nocturne Op. 9 No. 2
Livia Rev - Idem
Evgeny Kissin - Grande valse brillante op.34 no. 1
Valentina Igoshina - Idem

Gostou ? Depois diga-me.
J.R.