20.3.08

Mário Beirão

Fragmento da obra "Cintra"


...

"Oh cedros esmanchando as ramarias,
Afofando penumbras!
Crepusculos longinquos de arcarias!
Agua que, ao pôr-do-sol, és múrmura e deslumbras,
Que deslumbras meus olhos, meus ouvidos,
E, incerta de gemidos,
Vaes esculpindo a diafanos lavôres
As pedras onde o sol desmaia e verte côres!

Oh paizagem do Ceu! Cintra! Visão suprema!
Architectura dos accordes dum poëma!
Em ti as mãos do Vento em furia batalharam!
O Genio e a Lenda para alem te perpetuaram!"
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